sexta-feira, 23 de maio de 2014

Resenha " O Eco do Machado"

                                         




                                 Fábio Mota
 iniciou o curso de matemática na UFSC, em 2005, mas largou quatro períodos depois.
Influenciado por Fernando Pessoa, Augusto dos Anjos, Gonçalves Dias..., Fábio Mota começou escrevendo poesias. Depois Wilde, Kafka e Stevenson o fizeram querer escrever histórias mais longas.Seu primeiro livro publicado, foi intitulado “Ao Encontro de Nietzsche”, um romance de ficção, baseado na vida e na obra do filósofo alemão Friedrich Nietzsche.



Sinopse: Em Brasília, um assassino acaba de extirpar os testículos de mais um padre, fazendo sua terceira vítima. Para chegar até o assassino, o experiente delegado da Policia Federal, Diego Padavona, espera poder contar com a ajuda do professor doutor Kérson Kunt, especialista em História Medieval e tio do primeiro suspeito.  Para isso, Padavona viaja até a cidade do Rio de Janeiro para se encontrar com o excêntrico Dr. Kérson, com quem o sobrinho Rangel passou a morar depois que uma tragédia acometera a família Kunt, seis anos atrás.  As palavras do Dr. Kunt, no entanto, não parecem dignas de confiança. Suas dicas sobre a personalidade do sobrinho são enigmáticas e só fazem aumentar o suspense; segui-las, pode não ser o melhor caminho a tomar.  Mais uma vez Diego Padavona se vê diante de um assassino em série, mas desta vez restam poucas informações ao delegado, que terá de desvendar o mistério e encontrar o assassino o mais rápido possível, antes que mais um padre apareça morto




“Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar , e tempo de colher o que se plantou”. (Eclesiastes  3:2)
“Para aquele que apenas a alma tem a perder, o que poderia restar além da morte”. (Isaque Pinto- O Encontro)
Os Kunt eram uma família de origem italiana bem tradicional. Uma mãe religiosa, um pai rígido, a filha seguindo os passos da mãe, entretanto Rangel (o filho caçula) era um pouco diferente do esperado para os pais.
Rangel, um menino de 10 anos, introvertido, não gostava muito de brincar, o que o alegrava era aprender, ele admirava muito o tio, professor de história em uma faculdade federal, e com sua influência começou a aprender cedo sobre a Idade Média. Rangel tinha recém chegado da Itália, onde passou uma temporada com os pais, lá ele aprendeu o italiano, uma língua que gostava e não queria esquecer, por isso sempre fazia suas anotações no novo idioma que aprendera.
Embora fosse extremamente inteligente e até mesmo intelectual para sua idade, o garoto não tinha interesse pelos estudos bíblicos passados pela sua família católica, o que o deixara estranho aos olhos de seus familiares.
E assim foram vivendo a tranquila família Kunt, até o dia que Rangel completou seus 13 anos.  O padre da igreja que sua família frequentava resolveu consumar os diversos abusos que já estava fazendo ao garoto por muito tempo.
O pai não conseguiu suportar tamanha humilhação e em um surto matou toda sua família, sobrando apenas Rangel, que no acontecido estava em uma de suas visitas ao tio, com quem passou a viver no Rio de Janeiro.
“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas logo cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”. (ICOR 13:11)

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Seis anos se passaram. Um assassino em série atacara três padres acusados de abuso sexual, todos mostravam em seus corpos a violência sofrida. Testículos extirpados, a palavra INRI estampada em seus peitos com uma faca, e diversas marcas de tortura. De uma coisa o delegado Diego Padovana sabia, ele teria que correr contra o tempo. Havia mais um padre cuja vida corria perigo, ele também cometera abuso contra os dois garotos e a única certeza que todos tinham é que ele seria a próxima vítima.
Um dos garotos após a denúncia de abuso suicidou-se, sobrando apenas Rangel, o brilhante rapaz que acabara de forma-se em uma das melhores faculdades do país, onde seu tio lecionava. Padovana agora tinha uma missão, viajar até o Rio de Janeiro e descobrir através do senhor Kunt o que estava levando os padres de Brasília à morte.
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O eco do machado aborda um tema polemico, porém frequente, que estamos passando. Não apenas padres, mas também pastores, políticos, empresários e homens comuns abusam de crianças diariamente e saem impunes de seus crimes. O abuso sexual de crianças e adolescentes muitas vezes não são levados com tanta seriedade, não comovem mais as pessoas. Como já são vistos diariamente nos noticiários logo são esquecidos. Porém a dor de quem sofreu o abuso continua ali, muitos não conseguem levar sua vida adiante e levam essa marca pelo resto de suas vidas.
Fábio Mota conseguiu passar todos esses sentimentos para seu livro. O eco do machado mostra que a mesma lei que deixou quatro padres que abusavam de crianças em conjunto impunes, a mesma mídia que não se importou com os abusos sofridos pelas crianças, a mesma sociedade que não se comoveu com as vidas destruídas, serão os primeiros a caçarem o mal feitor como “A Besta que assassinou padres indefesos”.


Recomendo a leitura, o livro foi escrito de forma inteligente e polemica, tenho certeza que despertará diversos sentimentos em você. LEIA!

3 comentários :

  1. Muito intrigante o livro, adorei aqui, já estou seguindo, pode retribuir a vontade.
    Obrigada pela visita!
    Beijooos

    http://coisasdajuuh.blogspot.com.br/

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  2. Gostei muito da resenha :D Estou lendo ele ;) Em breve terá resenha no meu blog tb
    Abraço
    http://interessantedeler.blogspot.com.br/

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  3. olá vim conhecer seu cantinho através do Agenda dos blogs te desejo muito sucesso e que Deus te abençoe ja estou te seguindo ok.
    http://deniseefiel.blogspot.com

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