quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Resenha: Misery Louca Obsessão - Stephen King

                                                      

“Eu não sei se Deus vai ajudar ou atrapalhar, mas sei de uma coisa: se você não der um jeito de ressuscitar Misery de um modo que Annie possa acreditar, ela vai matar você” .(p. 116)

A enfermeira Anne Wilkes é uma personagem que causaria medo em qualquer um. Ela nos é apresentada como uma mulher completamente obcecada e desequilibrada. Amante dos romances escritos por Paul Sheldon, um famoso autor de Best Sellers, Anne é louca por Misery (personagem de um de seus livros),
Anne vai até a cidade para comprar o novo romance de Misery, e retornando para casa depara-se com um acidente. entre as vitimas descobre,  nada mais  que seu autor favorito, Paul Sheldon.

Ela o leva para sua isolada casa e cuida de sua saúde, mas um dia acaba tendo acesso aos originais do próximo livro do escritor e descobre que sua personagem predileta será morta. Esse evento faz com que sua personalidade doentia se revele e Sheldon se veja à mercê das loucuras de sua admiradora. Acompanhando o drama de Paul Sheldon, tive a impressão de ver Stephen King em alguns pontos, retratando a si mesmo.

A maneira como o processo de criação artística é interpretado e mostrado, como um ciclo de vida e morte (fato manifestado na ação de Paul Sheldon em matar a personagem Misery)  é fruto, sem dúvida alguma, de uma mente magnífica dotada com autoridade suficiente para falar acerca disto.

“Então uma boca fechou-se sobre a dele, uma boca inconfundível de mulher, apesar dos lábios duros e secos, e o sopro dessa boca invadiu a sua, descendo pela garganta e inflando seus pulmões, e quando os lábios se afastaram, ele sentiu o cheiro de sua carcereira pela primeira vez.. um fedor nauseante de biscoitos de baunilha, sorvete de chocolate, molho de galinha e doce de pasta de amendoim” . (p. 12 e 13)
                                                
A produção cinematográfica entrou em cartaz em 1992, dirigido por Rob Reiner estrelando com Kathy Bates como a personagem Anne e James Cann interpretando o autor Paul Sheldon. O longa-metragem nos mostra, mesmo que muito brevemente, a necessidade que escritores sentem de romper com suas criações para amadurecerem.

O filme consegue nos surpreender mudando a visão do banal para uma verdadeira experiência de horror! Vemos que nem sempre se faz necessário recorrer à cenas de violência ou utilizar-se de monstros para inserir na mente de todos o sentimento de medo, angústia e apreensão.
“Louca Obsessão” é uma das adaptações de Stephen King que conseguiram cair em mãos talentosas, proporcionando assim,  uma direção de primeira linha.
Um grande beijo e boa leitura!

Arita Souza
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